sexta-feira, 12 de março de 2010

mar de homens













mar de homens

Mar Português
Ó mar salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

O peixe, o mar e os pescadores que movimentam as comunidades que deles sobrevivem. Um mar de homens que faz dessa cadeia o sustento, que morre um pouco a cada dia com a inconseqüente pesca predatória, a especulação imobiliária e a poluição ambiental. Esse é o enfoque da mostra de Roberto Linsker. Repórter fotográfico que com suas imagens, captadas pela costa brasileira, cala e fala mais do que as palavras.

A mostra surgiu do desdobramento natural do projeto que resultou na publicação de dois livros sobre o tema. Em exibição há uma pequena parte das dezenas de imagens selecionadas pelo fotógrafo para os livros. Pela fotografia que ilustra a capa do livro Mar de Homens, Linsker recebeu na National Geografic o Picture of the Year 2002

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
.

Maristela Requião
Presidente Museu Oscar Niemeyer
Conclusão:
Mar de homens retrata a vida dos pescadores, que utilizam a pesca predatória para seus sustento, para sua sobrevivência. Roberto Linsker, um grande fotógrafo, foi resonsável pelas imagens que lhe deram o Picture of the Year 2002, na National Geografic. A mostra surgiu de um projeto que resultou em dois livros. as próprias imagens revelam o que o poema pretendia passar "...Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu." um lugar de perigo, mas de emocionantes aventuras que perguntam se realmente valeu a pena.
Fontes:

Lasar Segall

Segall realista

Uma retrospectiva tradicional possui sempre o objetivo de referendar o mito do artista exemplar. Esta mostra dedicada à obra de Lasar Segall, o entanto, não considera sua trajetória dentro das convenções da exemplaridade porque acredita que, também no campo da história da arte, ninguém deve servir de modelo para ninguém.
Esta mostra analisa a obra de Lasar Segall a partir da recepção que obteve no meio modernista da São Paulo na década de 1920. Segall foi visto por Mário de Andrade e outros como um “realista”, que mostrava ter superado os “exageros” da vanguarda expressionista.
Dentro desta perspectiva, o visitante perceberá Segall como um artista em diálogo com a grande tradição da pintura e com os princípios estruturais da arte do século XX. Esta atitude, aliada ao compromisso ético que sempre o caracterizou, revelará o percurso de marchas e contra-marchas de um artista inquieto com o equilíbrio entre abstração e realidade e em busca de novas possibilidades de expressão.
Se Lasar Segall pode servir como modelo de conduta profissional, é porque nunca se negou a isolar-se – não apenas como um homem, mas, sobretudo, como artista. Sua obra interrompida bruscamente pela morte, enquanto ainda se rearticulava buscando novas possibilidades para seu devir, atesta que Segall foi sempre maior que o mito criado sobre ele.

Tadeu Chiarelli

Morro vermelho



Morro vermelho é uma das obras mais complexas de Lasar Segall. O quadro apresenta o tema da Virgem com o Menino de maneira impactante: a frontalidade das figuras sugere as imagens de devoção cristã, mas ambas exibem traços africanos, o que não é absolutamente comum na arte dos anos de 1920. Se o viés de denúncia social do expressionismo se faz sentir na opção por duas oprimidas – a mãe e o filho negros e pobres - , a postura tradicional de ambas aproxima a imagem de uma alegoria tradicional. O uso de cores vibrantes também é parte da herança expressionista, mas essa vertente da produção vanguardista não se permitia aderências a qualquer cânone pictórico, como fez Segall ao relacionar a mãe e a criança negras à tradição iconográfica cristã. Pintado durante a primeira temporada brasileira de Segall (1923-1928), Morro vermelho revela um pintor em uma encruzilhada, entre a tradição e a radicalidade das vanguardas.

Conclusão:
Mario de Andrade via Segall como um "realista". Na mostra que retratou sua obra, acreditava-se que ninguém deve ser uma influência na obra do outro. Segall nunca se negou a isolar-se; suas obras estão entre abstração e realidade, procurando novos meios de expressão. Uma de suas obras mais complexas foi Morro vermelho, retratando duas figuras oprimidas: mãe e filho negros e pobres. Representa a Virgem e o Menino, por sua vez com traços africanos. Com cores fortes, vibrantes, revela seus sentimentos entre tradição e radicalidade das vanguardas.

Fonte:
Vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=Do1HjaVXlhU

sexta-feira, 5 de março de 2010

Oscar Niemeyer

Oscar Niemeyer
Da arquitetura moderna à contemporânea


O maior ícone da arquitetura moderna no Brasil, Oscar Niemeyer, recebe, nesta exposição, nova homenagem pela passagem de seus 100 anos de vida. O trabalho diário e a participação ativa em todos os seus projetos, da concepção à construção, demonstram a inesgotável longevidade criativa do arquiteto. Um símbolo de superação daqueles que lhe serviram de mestres e mestre de toda uma geração de novos profissionais, brasileiros e estrangeiros.

Zaha Hadid, Richard Rogers, Richard Richard Meier, Fumihiko Maki, Arata Isozaki, Toyo Ito, Renzo Piano, Cezar Pelli e Mario Botta, entre outros nomes da arquitetura contemporânea mundial, registram, em citações de obras, a busca de inspiração e referências no criador de Brasília. A liberdade e ousadia estrutural , características das criações de Niemeyer, podem ser observadas nesta mostra em projetos já consagrados, como a Universidade de Constantine, na Argélia; recentes, como o Museu de Brasília; ou inéditos, como a Praça do Povo e a Torre TV Digital, ambas de capital federal. Marcos nessa trajetória, Pampulha e Brasília são destacadas na seleção de fotografias de francês Marcel Gautherot.

A exibição desses projetos originais, pertencentes ao acervo da Fundação Oscar Niemeyer, de numerosas maquetes, croquis e desenhos livres e técnicos traçam o caminho de Niemeyer, na maneira como concebe, projeta e detalha suas obras. A exposição Oscar Niemeyer: trajetória e produção contemporânea 1936-2008 pretende enfatizar essa análise arquitetônica, desde o início do processo criativo até os dias atuais, na obra do mestre brasileiro, que tem nossa especial admiração.

Maristela Requião
Presidente do Museu Oscar Niemeyer


Oscar Niemeyer: trajetória e produção contemporânea 1936-2008

Em 2007, a exposição Oscar Niemeyer 10/100, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, abriu as comemorações no ano do centenário do arquiteto, celebrando não apenas a sua longevidade, mas, sobretudo, a plena forma de criação e o papel fundamental que ele exerce para a nova produção internacional de arquitetura. Além de percorrer a sua carreira, a exposição foi centrada na significativa e numerosa produção dos últimos anos, enfatizando o modo como o arquiteto concebe, projeta e detalha suas obras através de croquis e desenhos livres originais, desenhos técnicos e numerosas maquetes que fazem parte de sua elaboração arquitetônica.

Pouco mais de um ano separam a mostra no Paço Imperial e a abertura da exposição no Museu de Curitiba. Um mês antes da mostra carioca, em dezembro de 2006, foram inaugurados o Museu e a sede brasiliense da Biblioteca Nacional, obras que reafirmam a possibilidade de ousadia estrutural e capacidade de inovação tecnológica e formal no Brasil.

Em Curitiba, Oscar Niemeyer: trajetória e produção contemporânea 1936-2008, traz para os visitantes os inéditos projetos, concebidos ao longo de 2007, comprovando que hoje uma das referências principais no campo da construção é a obra coerente, criativa e libertária do arquiteto brasileiro.

Em seu escritório no Rio de Janeiro, Oscar Niemeyer trabalha diariamente. Como alguém que não dispõe de tempo a perder... Tempo que foi seu grande aliado, provando que estava correto, já nos quarenta anos, ao propor alternativas formais às limitações impostas pelo excessivo racionalismo. Em sua arquitetura, a forma sempre foi ligada a um pensamento estrutural, a favor da indispensável função da beleza.

O tempo prossegue a seu favor: face à vitalidade e humor jovial de suas realizações recentes, os mais desviados raramente percebem se tratar da arquitetura de um rapaz de cem anos.

Lauro Cavalcanti
Abril de 2008

Conclusão:
O maior arquiteto brasileiro, Oscar Niemeyer, que já completou seu centenário, não deixa a idade falar sobre sua capacidade; com obras em Brasília e no exterior, é claramente possível enxergarmos seu talento ilimitado. Trabalha em seu escritório, um ícone que se inspirou em vários outros grandes nomes. Seus trabalhos elaborados parecem não ter um momento para parar, cada vez mais brilhantes e ousados. A exposição Oscar Niemeyer, em 2007, mostrou sua trajetória e os marcos de sua vida, como suas últimas produções. Um rapaz de cem anos, uma designação pouco comum e que expressa seu espírito jovial, que nos faz perceber uma certa alegria em cada projeto, que parecem receber vida, como o próprio Niemeyer. Realmente, um dos brasileiros que "entraram na história" por sua dedicação e lição de vida.
Fonte:
- vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=Lw2WZoI7k80
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