Simbologia nas Artes

Simbologia é a ciência que estuda a origem, a interpretação e a arte de criar símbolos. Todas as sociedades humanas possuem símbolos que expressam mitos, crenças, fatos, situações ou ideias, sendo umas das formas de representação da realidade. Os símbolos são uma fonte milenar de compreensão do mundo e dos homens. A obra de arte gradiosa é aquela que utiliza a simbologia para expressar uma verdade e transmitem, através da beleza, clareza e consciência para aqueles que a contemplam.

Durante muito, muito tempo, a arte era a única mídia disponível. A população era analfabeta e toda comunicação, propaganda e ideologia era transmitida através de imagens. A imagem precisava funcionar, as pessoas precisavam reconhecer imediatamente o seu significado. Se usarmos uma abstração simplista e considerarmos o início da iconografia não nas cavernas mas apenas a partir de, digamos, Egito, contamos algo em torno de 5 mil anos de produção artística. O Papa Gregório, o Grande disse: “a imagem é a bíblia dos ignorantes”. A imagem torna visível um pensamento até mesmo para os iletrados.

Naturalmente a história da arte revê estes significados organicamente à luz de novas evidências. Só é possível falar do que sabemos hoje e o amanhã trará, com certeza, novas informações.

Nós somos tão acostumados a símbolos que às vezes nem os notamos. Para um usuário de internet, um arroba, por exemplo, assume o significado imediato de um email ou de uma pessoa no twitter. Nas artes o símbolo também se apresenta e também depende daquilo que você conhece para ser compreendido mas o fato de você não reconhecê-lo não significa, em absoluto, que o elemento iconográfico não esteja presente.

Pode parecer meio óbvio para um católico mas nem todos sabem que as chaves de São Pedro em uma obra de arte apontam para um personagem ou cenário do Vaticano, por exemplo. Assim como pontos de Umbanda serão entendidos como meros rabiscos para aquele que não os conhece.

Exemplos não faltam e este artigo, por mais que se estenda, jamais conseguiria abordar sequer a maioria, que dirá todos. O importante é saber que os elementos possuem significados e que, se for do seu interesse, basta uma pequena pesquisa para compreendê-los. Vou aqui falar de alguns elementos recorrentes como um ponto de partida no assunto mas o que é importante é você saber que estes elementos existem.

Até a criação do primeiro corante sintetizado, o Mauve, em 1856, as tintas eram preparadas a partir de elementos naturais. As cores, portanto, também são um elemento a ser considerado. Durante muito tempo o vermelho era um pigmento caríssimo e conseqüentemente assume com freqüência um valor representativo de nobreza e/ou riqueza. O azul era feito de Lápis-Lazuli, uma pedra preciosa que, assim como o pigmento vermelho, valia mais do que o ouro.

Apolo, deus do sol e da razão, padroeiro da ciência e dos artistas, patrono do mundo, era sempre representado com um sol em volta da cabeça, para mostrar que era um iluminado. Hoje, por influência da iconografia católica, entendemos todo círculo nesta posição como auréola mas na verdade esta alegoria representa iluminação (não necessariamente espiritual). Por este motivo não é incomum encontrar este círculo em cabeças não-santas, como imperadores, nobres e ocasionais filósofos. Exemplo: a auréola nas cabeças do imperador Justiniano e da imperatriz Teodora, na Basílica de San Vitale, em Ravenna, na Itália. Ainda na mesma linha, Jesus Cristo é representado com a cor branca e o demônio com a negra por causa de quem vê ou não a luz. Não é uma interpretação racista, um questionamento que sequer fazia sentido na época do surgimento do cristianismo. Por este mesmo motivo, o Divino Espírito Santo é representado com uma pomba branca, por ser aquele que liga a Terra e o Céu – e portanto voa – e é iluminado (branco).

Na Grécia antiga, os médicos eram os sacerdotes de Asclépius e as enfermeiras eram as sacerdotisas de Higéia (higiene). O veneno da cobra era usado como anestesia. O emblema de Asclépius era uma cobra. Por isso o caduceus, símbolo da medicina, tem uma serpente.

A arte egípcia tinha uma função de preservação e perpetuação do que ou de quem era representado. Por este motivo, as figuras egípcias eram sempre mostradas a partir do seu ângulo mais característico. No Mural do túmulo de Khnumhotep (c. 1900 a.C.) podemos ver claramente que todas as figuras, inclusive peixes e pássaros são representados com a cabeça em perfil e com o corpo de forma a mostrar os traços mais importantes para a sua identificação, como o tipo de asa em um pássaro ou as escamas de um peixe. Hoje, as figuras humanas nesta posição tornaram-se um ícone da cultura egípcia.

Foi só com a Revolução Francesa de 1789 que estes pressupostos foram rompidos. Era, finalmente, a época em que ser rebelde era sinônimo de ser inteligente, rebeldia tinha status. “De repente, os artistas sentiram-se livres para escolher qualquer coisa como tema, desde uma cena de Shakespeare a um acontecimento do dia, o que quer que, de fato, apelasse para a imaginação e despertasse interesse. Esse descaso pelos temas objetos tradicionais da arte pode ter sido a única característica que os artistas bem-sucedidos do período e os rebeldes solitários tinham em comum.” [GOMBRICH, E. H.; História da Arte; pág. 481; tradução Álvaro Cabral, Rio de Janeiro: LTC, 2008.]. Apesar de, depois de 1789, estas alegorias e símbolos não serem mais imprescindíveis na arte, os seus significados permaneceram até hoje.

No tríptico fechado, Bosch mostra o ser humano na tempestuosa senda da vida: com suas vestes puídas, um homem, que já não é jovem, afasta com um bastão um cão que rosna para ele; próximo ao seu pé direito, tem um buraco com corvos sobre alguns ossos; à sua frente, há uma ponte estreita de madeira rachada. No lado esquerdo, ladrões assaltam um homem e o amarram a uma árvore. Do lado direito, um casal dança ao som da gaita de fole tocada por um homem sentado debaixo de uma árvore, e não percebem ou não dão atenção ao que ocorre do outro lado. Ao fundo, uma paisagem aparentemente tranqüila, pois bem distante, no alto de uma montanha, pessoas se aglutinam ao redor de uma forca, perto da qual há uma roda, elevada num mastro, onde se expunham os cadáveres dos executados. Mesmo sem considerar individualmente os símbolos que representavam o mal na Idade Média, como o cão, os ossos, o corvo, a gaita de fole, a cor rosa, todos presentes na cena, parece que o próprio conteúdo aponta para o néscio e o mal ao seu redor. O néscio que caminha pelo mundo, com toda sorte de perigos e ameaças, está só: para ele não há Deus.


Conclusão:
Os símbolos são imagens que representam, com significados que o artista pretendia passar. Sempre estiveram presentes nas artes, mas para entendermos seu significado, é necessário saber o que representam. Nas obras de arte podemos encontrar simbologia, mas muitas passam despercebidas, onde podemos citar  as chaves de São Pedro em uma obra de arte apontando para um personagem ou cenário do Vaticano. Outro exemplo é a arte egípcia, onde geralmente encontramos as imagens de perfil, já que tinha a função de preservação e perpetuação do que ou de quem era representado. Em muitas obras alguns símbolos representam a morte, a cobiça, o mal, como nas obras de Hieronymos Bosch.










"Imagens egípcias"
"Divino Espírito Santo"


"São Pedro"

"O Caminho da Vida"



"Justiniano"    

Fontes:
http://portodoceu.terra.com.br/secund-artesimbolismo.asp

http://www.paulinas.org.br/ciberteologia/wp-content/uploads/2009/05/03ocarrodefeno.pdf

Imagens:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_6JtrTuTFQ9plijElDcWA4pz1GtfIhlCO1WDK8jrfSNxHtNreDwOXiEE8UNRH1gHFTjRy1gxvbNL7lZBAYKnuCLIBrYd2EucnhYJ5WoXYhaLbyUKVLYQO0J-Olxb2NphP_jdbG06laPyv/s320/deuses-do-egito.jpg

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