Muitos conhecem a figura de Einstein, mas poucos sabem, de fato, dizer o que ele fez para a física. Em um artigo publicado em janeiro pela revista científica Nature, o pesquisador John Barrow, do Centro de Matemática e Ciências da Universidade de Cambridge, reconhece que o fato das teorias de Einstein serem repletas de palavras familiares, como energia e massa, fez com que as pessoas criassem certa familiaridade com os termos usados em seus trabalhos, mesmo sem compreender de fato como esses termos eram aplicados nas teorias. Com isso, surgiram até ditados populares que ganharam fama no mundo todo, como o célebre “tudo é relativo”. Foram criadas lendas acerca da vida do Einstein, como a de que ele foi um mau aluno nos tempos da escola. “Einstein era autodidata, faltava às aulas para estudar por conta própria e nunca foi mau aluno. Sua única dificuldade era em línguas”, explica o jornalista Cássio Leite Vieira, aficionado pela vida do físico alemão.
Vida Pessoal
Com uma conturbada vida pessoal, marcada por esforços em prol da física, da paz e dos judeus, casou-se duas vezes, separou-se da primeira esposa depois de 11 anos e com a segunda esposa passou 17 anos, até ficar viúvo. Foi durante esse segundo casamento que tornou-se conhecido e ganhou o Prêmio Nobel em 1921 – popularidade aprovada pela segunda esposa, que fazia questão de administrar a vida pessoal do físico e de cuidar da sua imagem. Mas ele se sentia um estranho em sua própria casa de classe média, na qual dormia no corredor, já que os quartos eram ocupados pelos filhos e pela esposa. Mesmo casado e com filhos, mesmo popular, mesmo gênio, Einstein continuava no isolamento que manteve na sua infância, como se estivesse sempre formulando mais uma teoria da física.
Foto polêmica e eternizada
O contexto no qual a foto de Einstein foi tirada divide pesquisadores e aficionados pela sua história. A teoria mais aceita é a de ele teria sido fotografado a pedido do fotógrafo Arthur Sasse, que solicitou uma pose para comemorar seus 72 anos. Outras vertentes acreditam que a foto tenha ligação com uma campanha anti-bomba atômica, num contexto pós Segunda Guerra Mundial. O físico pedira que as pessoas encaminhassem cartas ao governo alemão solicitando o fim dos planejamentos nucleares e sugeriu que sua língua fosse emprestada para “selar’ tais cartas. Numa terceira hipótese, Einstein teria sido fotografado na saída de um hospital nos Estados Unidos, também a pedido do fotógrafo. De qualquer maneira, Einstein gostou da imagem, tanto que, de acordo com o jornalista Cássio Leite Vieira, encaminhava a foto para os amigos, autografada.
Brasil
Einstein fez uma viagem à América do Sul, em 1925, visitando países como Argentina, Uruguai e também o Brasil. Além de fazer conferências científicas, visitou universidades e instituições de pesquisas. Ficou hospedado no Hotel Glória e gostou da goiaba, servida no café da manhã. Em 21 de março passou pelo Rio de Janeiro, onde foi recebido por jornalistas, cientistas e membros da comunidade judaica. Visitou o Jardim Botânico e fez o seguinte comentário, por escrito, para o jornalista Assis Chateaubriand: "O problema que minha mente formulou foi respondido pelo luminoso céu do Brasil". Tal afirmação dizia respeito a uma observação do eclipse solar registrada na cidade cearense de Sobral por uma equipe de cientistas britânicos, liderada por Sir Arthur Stanley Eddington, que buscava vestígios que pudessem comprovar a Teoria da Relatividade, até então mera especulação. Albert Einstein nunca chegou a visitar a cidade de Sobral.
Einstein teve uma vida tumultuada, digna de uma celebridade, com a diferença de que, no mundo da ciência, não é comum ser uma "personalidade".
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